Para iniciar a reflexão, segue um podcast com a fábula "Um conto do hoje", publicada na tese de doutorado "Consciência política e ambiente: a desproteção de parques municipais em Americana (SP) e São Francisco de Paula (RS)".
Breve crononologia da relação Ser humano e Natureza
Maria Augusta e Marcel Bursztyn (2012) | Cristina Bonfiglioli (2016) | Fábio Ortolano (2019)
Pré-história: período da pedra lascada, um avanço tecnológico. Surgimento da agricultura, sedentarismo e sociedades hidráulicas, fixadas em vales. Desmatamento com fogo.
Antiguidade : Utilização massiva da madeira e recursos florestais.
Período Mercantilista: marca o fim de uma era de temor do mundo natural, intensificação do comércio e navegações no séc. XVI. Conhecimento e controle da natureza pelo homem.
Revoluções industriais: o uso intensificado de energia e a urbanização (cidades industriais).
1950-1960: movimentos de contracultura; ecologia política contra o uso de pesticidas; denúncia da imprensa e ciência dos efeitos danosos do uso da energia nuclear;
1970 – Grandes desastres ambientais denunciados pela grande mídia e início dos acordos internacionais e algumas nações passam a internalizar o ambientalismo;
1980 – Uso leviano da noção de ecossistema e o prefixo “eco”.
Grandes eventos
1972: Conferência de Estocolmo, Suécia (ONU). Foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA);
1985: Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio, Áustria. Deu base ao Protocolo de Montreal, Canadá, 1987;
1992: Eco-92 - Agenda 21;
1997: Protocolo de Quioto, Japão - Redução do efeito estufa, ratificada em 1999, sem assinatura dos EUA;
2002: Rio+10, Johanesburgo, África do Sul.
2012: Rio+20 – Agenda 2030 - ODS
Já pensou sobre como os recursos naturais são essenciais para o turismo, sobretudo para composição de sua oferta diferencial? Certamente, os destinos que os possuem, têm diferenciais importantes para implementação e desenvolvimento do receptivo local. Assim, um conjunto de elementos são necessários para composição do trade, profissionais da área, poder público, agências de turismo e comunidade. Além disso, vale identificar se a localidade apresenta, além de potencialidades, vocação e expertise para atuar com tais recursos, visto que estes devem ser preservados e salvaguardados.
Os recursos naturais são os elementos da natureza, os quais são utilizados pelos humanos por meio do extrativismo, cultivo, pesquisa, educação, contemplação, recreação e turismo. Tais recursos são essenciais desde a Pré-História até as atuais sociedades complexas. Para sua sobrevivência, desenvolvimento da civilização e conforto, os seres humanos têm recorrido a tais recursos, por meio de fontes renováveis, como a energia solar e do vento ou não renováveis, como o petróleo e o carvão.
Um conto do hoje aqui.
Breve crononologia da relação Ser humano e Natureza
Maria Augusta e Marcel Bursztyn (2012) | Cristina Bonfiglioli (2016) | Fábio Ortolano (2019)
Pré-história: período da pedra lascada, um avanço tecnológico. Surgimento da agricultura, sedentarismo e sociedades hidráulicas, fixadas em vales. Desmatamento com fogo.
Antiguidade : Utilização massiva da madeira e recursos florestais.
Período Mercantilista: marca o fim de uma era de temor do mundo natural, intensificação do comércio e navegações no séc. XVI. Conhecimento e controle da natureza pelo homem.
Revoluções industriais: o uso intensificado de energia e a urbanização (cidades industriais).
1950-1960: movimentos de contracultura; ecologia política contra o uso de pesticidas; denúncia da imprensa e ciência dos efeitos danosos do uso da energia nuclear;
1970 – Grandes desastres ambientais denunciados pela grande mídia e início dos acordos internacionais e algumas nações passam a internalizar o ambientalismo;
1980 – Uso leviano da noção de ecossistema e o prefixo “eco”.
Grandes eventos
1972: Conferência de Estocolmo, Suécia (ONU). Foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA);
1985: Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio, Áustria. Deu base ao Protocolo de Montreal, Canadá, 1987;
1992: Eco-92 - Agenda 21;
1997: Protocolo de Quioto, Japão - Redução do efeito estufa, ratificada em 1999, sem assinatura dos EUA;
2002: Rio+10, Johanesburgo, África do Sul.
2012: Rio+20 – Agenda 2030 - ODS
Já pensou sobre como os recursos naturais são essenciais para o turismo, sobretudo para composição de sua oferta diferencial? Certamente, os destinos que os possuem, têm diferenciais importantes para implementação e desenvolvimento do receptivo local. Assim, um conjunto de elementos são necessários para composição do trade, profissionais da área, poder público, agências de turismo e comunidade. Além disso, vale identificar se a localidade apresenta, além de potencialidades, vocação e expertise para atuar com tais recursos, visto que estes devem ser preservados e salvaguardados.
Os recursos naturais são os elementos da natureza, os quais são utilizados pelos humanos por meio do extrativismo, cultivo, pesquisa, educação, contemplação, recreação e turismo. Tais recursos são essenciais desde a Pré-História até as atuais sociedades complexas. Para sua sobrevivência, desenvolvimento da civilização e conforto, os seres humanos têm recorrido a tais recursos, por meio de fontes renováveis, como a energia solar e do vento ou não renováveis, como o petróleo e o carvão.
Uma forma de utilizá-los positivamente, de forma responsável, é por meio do turismo, quando se considera os impactos, promove a educação ambiental e a capacidade de carga das localidades.
Nesse sentido, é importante que todos os atores envolvidos estejam engajados em aprender e conhecer sobre a relação ser humano e ambiente, bem como sobre a natureza em sua totalidade, desconstruindo a polarização e antagonismo ser humano x natureza, como se não estivessem interligados. O homem é também da natureza. Como diria Antonio Carlos Diegues, em O mito moderno na natureza intocada, o modelo de compreensão conservacionista nos colocou como vilões, quando na verdade muitos de nós ajudamos na preservação.
Diegues (1996) releva que o modelo de criação e áreas naturais protegidas a partir do século XIX, nos Estados Unidos, representou uma política conservacionista muito utilizada nos países em desenvolvimento, cuja ideologia preservacionista baseava-se na visão do homem como um destruidor. Esse modelo de “ilhas” isoladas entrou em choque nos países tropicais, onde comunidades tradicionais já vivam nesses espaços naturais, inclusive com a prática de um manejo de subsistência sustentável. O autor, inspirado nos conceitos de mitos bioantropomórficos e mitos modernos (neomitos)de Edgard Morin, os quais congregam uma série de representações, símbolos e imagens conscientes e inconscientes, aponta que o mito moderno (neomitos) da natureza intocada refere-se a um conjunto de representações conservacionistas de uma concepção biocêntrica das relações homem/natureza, o qual foi amplamente difundido na modernidade. Contudo, mitos bioantropomórficos também existem em várias localidades e culturas, em que o mundo natural vive em relação intrínseca com as populações e comunidades. Na concepção mítica de sociedades primitivas e tradicionais existe uma simbiose entre o homem e a natureza. (Ortolano, 2019)
A concepção de que existe uma simbiose entre ser humano e natureza é essencial no desenvolvimento de uma consciência ambiental, visto que gera pertencimento e identificação.
Contudo, também é necessário reconhecer todas as contradições dessa relação. Os profissionais de turismo, ao fazerem a mediação da experiência dos visitantes nos ambientes naturais, devem tanto positivar a vivência e relevância dos recursos naturais quanto olhar criticamente para os impactos que os humanos geram na localidades, desde as questões de saneamento, infraestrutura e encaminhamento de resíduos, à coisas simples, como o pisoteamento em lugares de solos e vegetação frágeis.
O guia de turismo tem um papel crucial no desenvolvimento de uma atividade responsável e, por isso, é relevante que conheça sobre os recursos naturais e esteja consciente de suas responsabilidades.
Já pensou quais são os recursos naturais que compõem oferta diferencial do Turismo? Tal oferta é aquela que diferencia os destinos se comparando com outras localidades, o que lhe confere atratividade.
Recursos naturais da oferta diferencial
Montanhas (Picos, Serras, Montes, vulcões, etc.);
Planaltos e planícies (chapadas, Pedras, vales, etc.);
Costas ou litoral (praias, mangues, canais, dunas, etc.);
Hidrografia (rios, lagos, etc.);
Pântanos;
Quedas d’água;
Fontes Hidrotermais e Minerais; Grutas e cavernas;
Unidades de conservação;
Locais de observação de flora e fauna (APA).
Já parou para pensar como quando um grupo de turistas fazem uma trilha, sempre buscam um ápice para o passeio? Seja um cume, um curso d'água, uma cachoeira, um mirante, um lugar místico, uma gruta, dentre outros? Por isso mesmo, precisamos elaborar roteiros de interpretação das paisagens, de modo que a experiência do caminho seja tão importante quanto o ponto de chegada. Para tanto, desvelar a natureza é nosso desafio. Bora lá? Além de florestas, parques e bosques, já ouviu falar em bioma e ecossistema? Certamente na escola. Essas informações são indispensáveis na prática e condução do ecoturismo.
Recursos naturais da oferta diferencial
Montanhas (Picos, Serras, Montes, vulcões, etc.);
Planaltos e planícies (chapadas, Pedras, vales, etc.);
Costas ou litoral (praias, mangues, canais, dunas, etc.);
Hidrografia (rios, lagos, etc.);
Pântanos;
Quedas d’água;
Fontes Hidrotermais e Minerais; Grutas e cavernas;
Unidades de conservação;
Locais de observação de flora e fauna (APA).
Já parou para pensar como quando um grupo de turistas fazem uma trilha, sempre buscam um ápice para o passeio? Seja um cume, um curso d'água, uma cachoeira, um mirante, um lugar místico, uma gruta, dentre outros? Por isso mesmo, precisamos elaborar roteiros de interpretação das paisagens, de modo que a experiência do caminho seja tão importante quanto o ponto de chegada. Para tanto, desvelar a natureza é nosso desafio. Bora lá? Além de florestas, parques e bosques, já ouviu falar em bioma e ecossistema? Certamente na escola. Essas informações são indispensáveis na prática e condução do ecoturismo.
Dentro de um bioma podemos observar diferentes ecossistemas, com variáveis e processos distintos, conforme a ilustração abaixo.
O estado
de São
Paulo, por exemplo, apresenta dois biomas, a
Mata
Atlântica e o Cerrado, bem como seus ecossistemas associados. Veja o mapa abaixo.
No Brasil, reconhecemos uma diversidade de áreas naturais, desde parques urbanos, matas ciliares e unidades de conservação da natureza. Em 2000, foi instituído o SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
Além disso, vale pontuarmos algumas autarquias e órgãos responsáveis pelo licenciamento e fiscalização ambiental, bem como pela pesquisa e gestão de áreas preservadas e conservadas.
Segundo a Fundação Florestal, o termo “ecoturismo” começou a ser utilizado na década de 1980, considerando que o turista também é responsável pelo ambiente e sociedade que visita, em oposição ao modelo de turismo de massa.
Século XV - interesse em atingir os grandes picos dos Alpes;
Século XVIII - viagens de erudição dos europeus abastados;
Século XIX - milhares de turistas já visitavam os Parques Nacionais como “Yellowstone” (EUA)
(Caderno de Educação Ambiental e Ecoturismo. Secretaria do Meio Ambiente - Adaptado)
05 Mandamentos do Ecoturismo
- Da natureza nada se tira a não ser fotos.
- Nada se deixa a não ser pegadas.
- Nada se leva a não ser recordações.
- Andar em silêncio e em grupos pequenos.
- Respeitar uma distância dos animais, evitando gerar stress.
Planejamento do Ecoturismo
Caderno de Educação Ambiental e Ecoturismo. Secretaria de Meio Ambiente de SP (Adaptado)
- Inclusão dos aspectos da biodiversidade nos planos de uso de território;
- Participação de redes de trabalho em áreas protegidas;
- Práticas de reflorestamento, conservação do solo, reabilitação de áreas naturais;
- Controle e/ou erradicação de espécies estranhas ao ambiente;
- Pesquisa sobre flora e fauna;
- Utilização de novas tecnologias e técnicas na gestão de áreas naturais;
- Diversificação da oferta de ecoturismo, aliviando o impacto nas áreas frágeis;
- Ensino de práticas ambientais e de conservação estendido às comunidades;
- Incluir aspectos e características da cultura local;
- Desenvolver instalações ecoturísticas adequadas nas áreas naturais.
Preparando o território para receber ecoturistas
Caderno de Educação Ambiental e Ecoturismo. Secretaria de Meio Ambiente de SP (Adaptado)
- Avaliação dos impactos ambientais;
- Técnicas de gestão de consumo de água e esgoto;
- Instalações para os visitantes que reduzam os impactos físicos;
- Utilização de trilhas e outros caminhos;
- Utilização de formas renováveis de energia;
- Coleta seletiva e reciclagem;
- Estímulo à produção e compra de produtos orgânicos;
- Construção de alojamentos sustentáveis.
Ecoturismo e Educação Ambiental
Caderno de Educação Ambiental e Ecoturismo. Secretaria de Meio Ambiente de SP (Adaptado)
- Centros de informações e de visitantes com exposições e programas audiovisuais;
- Placas interpretativas e normativas;
- Passeios guiados e passeios de interesse especial;
- Formação de guias de turismo e intérpretes;
- Trilhas autoexplicativas;
- Instalações para a observação de animais e paisagens;
- Guias turísticos contendo as características locais, perspectivas sobre a gestão dos recursos naturais e listas de identificação de animais e plantas;
- Educação ambiental: atividades de conservação envolvendo turistas, comunidade local e estudantes.
Caminhada em trilha, arvorismo, montanhismo, rafting, observação de pássaros, contemplação dos sons e de paisagens, relevo e aspectos geográficos, dentre outras. No guiamento, é importante sensibilizar os grupos por meio de diversas ações e linguagens. Dinâmicas; Narrativas educativas; Experiência; Arte (música, poema, pintura etc.)
E São Paulo, como você vê a cidade? Uma "selva de pedra"?
Vista a partir da Aclimação, região central de São Paulo. Fotografia: Fábio Ortolano, 2020. |
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Antes de prosseguir, se você for estudante do curso técnico de guia de turismo, acesse e responda o formulário abaixo.
O guia de turismo em ambientes naturais urbanos. Clique aqui.
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Bem, sabia que o município de São Paulo possui mais de cem parques em seu território?
A Divisão de Gestão de Parques Urbanos - DGPU da Secretaria do Verde e Meio Ambiente do município de São Paulo é responsável pela gestão de 108 parques municipais. O Município de São Paulo possui:
- Parques urbanos
- Parques lineares
- Parques Naturais (Unidades de Conservação)
Vamos aproveitar e valorizar os recursos naturais disponíveis na localidade? Reflita sobre os casos abaixo e responda no campo dos comentários, o que você faria.
Caso 1.
Caso 2.
Transcrição da imagem: Uma família de colombianos acaba de desembarcar em Guarulhos e ficará hospedada no Tryp São Paulo Tatuapé. Escolheram conhecer a maior cidade de América Latina, por saber de seu potencial cultural e diversidade. Ficarão dez dias na capital. No percurso do transfer, a mãe diz que que gostariam de fazer um passeio junto à natureza em algum dia. Completa que o filho pequeno gosta de brinquedos e a filha, bem como sua namorada, de trilha. Se fosse a(o) guia de turismo, o que você sugeriria? |
#FICADICA
Bursztyn, Maria Augusta; Bursztyn, Marcel. (2012). Fundamentos de Política e Gestão Ambiental: caminhos para a sustentabilidade. Rio de Janeiro: Garamond.
Bonfiglioli, Cristina Pontes. (2016). O pensamento ecológico contemporâneo: a ciência dos ecossistemas. Em: Tassara, Eda T. de O. e Ribeiro, Sandra M. P. (Orgs.). Política Ambiental: contribuições interdisciplinares para um projeto de futuro. São Paulo, EDUC: FAPESP.
Souza, T. V. S. B.; Thapa, B.; Rodrigues, C. G. O.; Imori, D.; (2017). Contribuições do Turismo em Unidades de Conservação para a Economia Brasileira - Efeitos dos Gastos dos Visitantes em 2015. ICMBio. Brasília. Clique aqui.
Souza, T. V. S. B.; Thapa, B.; Rodrigues, C. G. O.; Imori, D.; (2017). Contribuições do Turismo em Unidades de Conservação para a Economia Brasileira - Efeitos dos Gastos dos Visitantes em 2015. ICMBio. Brasília. Clique aqui.
Ortolano, F. e Silva Netto, J. P. (2016a) Possibilidades e Desafios: Turismo no Parque Natural Municipal da Gruta, Americana, SP, Brasil. Revista Rosa dos Ventos – Turismo e Hospitalidade, 8(III). Clique aqui.
Ortolano, F. e Silva Netto, J. P. (2016b) Paradoxos nos usos do Parque Natural Municipal da Gruta em Americana (SP, Brasil). Simpósio de Gestão Ambiental. Esalq/USP. Piracicaba. Clique aqui.
Ortolano, F. (2019). Consciência política e ambiente: a desproteção de parques municipais em Americana (SP) e São Francisco de Paula (RS). Tese de doutorado. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Clique aqui.
Secretaria do Verde e Meio Ambiente do Município de
São Paulo
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Secretaria
de Meio Ambiente do Estado de São Paulo
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