quinta-feira, 16 de abril de 2020

Recursos naturais e turismo


Para iniciar a reflexão, segue um podcast com a fábula "Um conto do hoje", publicada na tese de doutorado "Consciência política e ambiente: a desproteção de parques municipais em Americana (SP) e São Francisco de Paula (RS)". 



Um conto do hoje aqui.




Breve crononologia da relação Ser humano e Natureza
Maria Augusta e Marcel Bursztyn (2012) | Cristina Bonfiglioli (2016) | Fábio Ortolano (2019)

Pré-história: período da pedra lascada, um avanço tecnológico. Surgimento da agricultura, sedentarismo e sociedades hidráulicas, fixadas em vales. Desmatamento com fogo. 
Antiguidade : Utilização massiva da madeira e recursos florestais. 
Período Mercantilista: marca o fim de uma era de temor do mundo natural, intensificação do comércio e navegações no séc. XVI. Conhecimento e controle da natureza pelo homem. 
Revoluções industriais: o uso intensificado de energia e a urbanização (cidades industriais). 
1950-1960: movimentos de contracultura; ecologia política contra o uso de pesticidas; denúncia da imprensa e ciência dos efeitos danosos do uso da energia nuclear; 
1970 – Grandes desastres ambientais denunciados pela grande mídia e início dos acordos internacionais e algumas nações passam a internalizar o ambientalismo; 
1980 – Uso leviano da noção de ecossistema e o prefixo “eco”.

Grandes eventos
1972: Conferência de Estocolmo, Suécia (ONU). Foi criado o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA); 
1985:  Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio, Áustria. Deu base ao  Protocolo de Montreal, Canadá, 1987; 
1992: Eco-92 - Agenda 21; 
1997:  Protocolo de Quioto, Japão -  Redução do efeito estufa, ratificada em 1999, sem assinatura dos EUA; 
2002: Rio+10, Johanesburgo, África do Sul. 
2012: Rio+20 – Agenda 2030 - ODS



Já pensou sobre como os recursos naturais são essenciais para o turismo, sobretudo para composição de sua oferta diferencial? Certamente, os destinos que os possuem, têm diferenciais importantes para implementação e desenvolvimento do receptivo local. Assim, um conjunto de elementos são necessários para composição do trade, profissionais da área, poder público, agências de turismo e comunidade. Além disso, vale identificar se a localidade apresenta, além de potencialidades, vocação e expertise para atuar com tais recursos, visto que estes devem ser preservados e salvaguardados.

Os recursos naturais são os elementos da natureza, os quais são utilizados pelos humanos por meio do extrativismo, cultivo, pesquisa, educação, contemplação, recreação e turismo. Tais recursos são essenciais desde a Pré-História até as atuais sociedades complexas. Para sua sobrevivência, desenvolvimento da civilização e conforto, os seres humanos têm recorrido a tais recursos, por meio de fontes renováveis, como a energia solar e do vento ou não renováveis, como o petróleo e o carvão.

Uma forma de utilizá-los positivamente, de forma responsável, é por meio do turismo, quando se considera os impactos, promove a educação ambiental e a capacidade de carga das localidades. 

Nesse sentido, é importante que todos os atores envolvidos estejam engajados em aprender e conhecer sobre a relação ser humano e ambiente, bem como sobre a natureza em sua totalidade, desconstruindo a polarização e antagonismo ser humano x natureza, como se não estivessem interligados. O homem é também da natureza. Como diria Antonio Carlos Diegues, em O mito moderno na natureza intocada, o modelo de compreensão conservacionista nos colocou como vilões, quando na verdade muitos de nós ajudamos na preservação. 

Diegues (1996) releva que o modelo de criação e áreas naturais protegidas a partir do século XIX, nos Estados Unidos, representou uma política conservacionista muito utilizada nos países em desenvolvimento, cuja ideologia preservacionista baseava-se na visão do homem como um destruidor. Esse modelo de “ilhas” isoladas entrou em choque nos países tropicais, onde comunidades tradicionais já vivam nesses espaços naturais, inclusive com a prática de um manejo de subsistência sustentável. O autor, inspirado nos conceitos de mitos bioantropomórficos e mitos modernos (neomitos)de Edgard Morin, os quais congregam uma série de representações, símbolos e imagens conscientes e inconscientes, aponta que o mito moderno (neomitos) da natureza intocada refere-se a um conjunto de representações conservacionistas de uma concepção biocêntrica das relações homem/natureza, o qual foi amplamente difundido na modernidade. Contudo, mitos bioantropomórficos também existem em várias localidades e culturas, em que o mundo natural vive em relação intrínseca com as populações e comunidades. Na concepção mítica de sociedades primitivas e tradicionais existe uma simbiose entre o homem e a natureza. (Ortolano, 2019)


A concepção de que existe uma simbiose entre ser humano e natureza é essencial no desenvolvimento de uma consciência ambiental, visto que gera pertencimento e identificação.  
Contudo, também é necessário reconhecer todas as contradições dessa relação. Os profissionais de turismo, ao fazerem a mediação da experiência dos visitantes nos ambientes naturais, devem tanto positivar a vivência e relevância dos recursos naturais quanto olhar criticamente para os impactos que os humanos geram na localidades, desde as questões de saneamento, infraestrutura e encaminhamento de resíduos, à coisas simples, como o pisoteamento em lugares de solos e vegetação frágeis. 
O guia de turismo tem um papel crucial no desenvolvimento de uma atividade responsável e, por isso, é relevante que conheça sobre os recursos naturais e esteja consciente de suas responsabilidades. 
Já pensou quais são os recursos naturais que compõem oferta diferencial do Turismo? Tal oferta é aquela que diferencia os destinos se comparando com outras localidades, o que lhe confere atratividade. 

Recursos naturais da oferta diferencial 

Montanhas (Picos, Serras, Montes, vulcões, etc.); 
Planaltos e planícies (chapadas, Pedras, vales, etc.); 
Costas ou litoral (praias, mangues, canais, dunas, etc.); 
Hidrografia (rios, lagos, etc.); 
Pântanos; 
Quedas d’água; 
Fontes Hidrotermais e Minerais; Grutas e cavernas; 
Unidades de conservação; 
Locais de observação de flora e fauna (APA). 

Já parou para pensar como quando um grupo de turistas fazem uma trilha, sempre buscam um ápice para o passeio? Seja um cume, um curso d'água, uma cachoeira, um mirante, um lugar místico, uma gruta, dentre outros? Por isso mesmo, precisamos elaborar roteiros de interpretação das paisagens, de modo que a experiência do caminho seja tão importante quanto o ponto de chegada. Para tanto, desvelar a natureza é nosso desafio. Bora lá? Além de florestas, parques e bosques, já ouviu falar em bioma e ecossistema? Certamente na escola. Essas informações são indispensáveis na prática e condução do ecoturismo.



Dentro de um bioma podemos observar diferentes ecossistemas, com variáveis e processos distintos, conforme a ilustração abaixo. 


O estado de São Paulo, por exemplo, apresenta dois biomas, a Mata Atlântica e o Cerrado, bem como seus ecossistemas associados. Veja o mapa abaixo. 










No Brasil, reconhecemos uma diversidade de áreas naturais, desde parques urbanos, matas ciliares e unidades de conservação da natureza. Em 2000, foi instituído o SNUC - Sistema Nacional de Unidades de Conservação. 


Além disso, vale pontuarmos algumas autarquias e órgãos responsáveis pelo licenciamento e fiscalização ambiental, bem como pela pesquisa e gestão de áreas preservadas e conservadas. 


Segundo a Fundação Florestal, o termo “ecoturismo” começou a ser utilizado na década de 1980,  considerando que o turista também é responsável pelo ambiente e sociedade que visita, em oposição ao modelo de turismo de massa. 

Século XV - interesse em atingir os grandes picos dos Alpes; 
Século XVIII - viagens de erudição dos europeus abastados; 
Século XIX - milhares de turistas já visitavam os Parques Nacionais como “Yellowstone” (EUA) 

(Caderno de Educação Ambiental e Ecoturismo. Secretaria do Meio Ambiente - Adaptado) 

05 Mandamentos do Ecoturismo 
  1. Da natureza nada se tira a não ser fotos. 
  2. Nada se deixa a não ser pegadas. 
  3. Nada se leva a não ser recordações. 
  4. Andar em silêncio e em grupos pequenos. 
  5. Respeitar uma distância dos animais, evitando gerar stress. 
Fonte: Portal Educação


Planejamento do Ecoturismo 
Caderno de Educação Ambiental e Ecoturismo. Secretaria de Meio Ambiente de SP (Adaptado)

  1. Inclusão dos aspectos da biodiversidade nos planos de uso de território; 
  2. Participação de redes de trabalho em áreas protegidas; 
  3. Práticas de reflorestamento, conservação do solo, reabilitação de áreas naturais; 
  4. Controle e/ou erradicação de espécies estranhas ao ambiente; 
  5. Pesquisa sobre flora e fauna; 
  6. Utilização de novas tecnologias e técnicas na gestão de áreas naturais; 
  7. Diversificação da oferta de ecoturismo, aliviando o impacto nas áreas frágeis; 
  8. Ensino de práticas ambientais e de conservação estendido às comunidades; 
  9. Incluir  aspectos e características da cultura local; 
  10. Desenvolver instalações ecoturísticas adequadas nas áreas naturais. 


Preparando o território para receber ecoturistas 
Caderno de Educação Ambiental e Ecoturismo. Secretaria de Meio Ambiente de SP (Adaptado)

  1. Avaliação dos impactos ambientais; 
  2. Técnicas de gestão de consumo de água e esgoto; 
  3. Instalações para os visitantes que reduzam os impactos físicos; 
  4. Utilização de trilhas e outros caminhos; 
  5. Utilização de formas renováveis de energia; 
  6. Coleta seletiva e reciclagem; 
  7. Estímulo à produção e compra de produtos orgânicos; 
  8. Construção de alojamentos sustentáveis. 


Ecoturismo e Educação Ambiental 
Caderno de Educação Ambiental e Ecoturismo. Secretaria de Meio Ambiente de SP (Adaptado) 

  1. Centros de informações e de visitantes com exposições e programas audiovisuais; 
  2. Placas interpretativas e normativas; 
  3. Passeios guiados e passeios de interesse especial; 
  4. Formação de guias de turismo e intérpretes; 
  5. Trilhas autoexplicativas; 
  6. Instalações para a observação de animais e paisagens; 
  7. Guias turísticos contendo as características locais, perspectivas sobre a gestão dos recursos naturais e listas de identificação de animais e plantas; 
  8. Educação ambiental: atividades de conservação envolvendo turistas, comunidade local e estudantes. 



Caminhada em trilha, arvorismo, montanhismo, rafting, observação de pássaros, contemplação dos sons e de paisagens, relevo e aspectos geográficos, dentre outras. No guiamento, é importante sensibilizar os grupos por meio de diversas ações e linguagens. Dinâmicas; Narrativas educativas; Experiência; Arte (música, poema, pintura etc.) 

E São Paulo, como você vê a cidade? Uma "selva de pedra"?


Vista a partir da Aclimação, região central de São Paulo. Fotografia: Fábio Ortolano, 2020.


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Antes de prosseguir, se você for estudante do curso técnico de guia de turismo, acesse e responda o formulário abaixo.



O guia de turismo em ambientes naturais urbanos. Clique aqui.

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Bem, sabia que o município de São Paulo possui mais de cem parques em seu território?

A Divisão de Gestão de Parques Urbanos - DGPU da Secretaria do Verde e Meio Ambiente do município de São Paulo é responsável pela gestão de 108 parques municipais. O Município de São Paulo possui: 

  1. Parques urbanos 
  2. Parques lineares 
  3. Parques Naturais (Unidades de Conservação)


Vamos aproveitar e valorizar os recursos naturais disponíveis na localidade? Reflita sobre os casos abaixo e responda no campo dos comentários, o que você faria

Caso 1.

Transcrição da imagem: Um grupo de empresários de Recife, hospedado no Gran Estanplaza Berrini, decide passar um final de semana na cidade de São Paulo. Todos os turistas estão no município há 05 dias e já conheceram museus, restaurantes e um grande espaço de eventos. Ligam para uma agência de turismo receptivo, demandando um passeio de ecoturismo na capital paulista. Eles têm entre 35- 40 anos. A agência,  entra em contato contigo,  contratando-a(o) e questionando sobre opções em onde levar os clientes. Se fosse a(o) guia de turismo, o que diria? 

Caso 2.


Transcrição da imagem: Um grupo de turistas, vindo do interior, visita a capital paulista para um espetáculo do Cirque Du Soleil e se hospeda na região central da cidade. No dia seguinte, como os turistas estão com a manhã e tarde livres, demandam uma sugestão de lazer em parques. O grupo é diverso em faixa-etária e uma das passageiras é idosa e usa cadeiras de rodas. Se fosse a(o) guia de turismo, o que faria?



Caso 3.
Transcrição da imagem: Uma família de colombianos acaba de desembarcar em Guarulhos e ficará hospedada no Tryp São Paulo Tatuapé. Escolheram conhecer a maior cidade de América Latina, por saber de seu potencial cultural e diversidade. Ficarão dez dias na capital. No percurso do transfer, a mãe diz que que gostariam de fazer um passeio junto à natureza em algum dia. Completa que o filho pequeno gosta de brinquedos e a filha, bem como sua namorada, de trilha. Se fosse a(o) guia de turismo, o que  você sugeriria?


Se interessou no tema? Quer aprender mais sobre isso? 

#FICADICA


Bursztyn, Maria Augusta; Bursztyn, Marcel. (2012). Fundamentos de Política e Gestão Ambiental: caminhos para a sustentabilidade. Rio de Janeiro: Garamond.
Bonfiglioli, Cristina Pontes. (2016). O pensamento ecológico contemporâneo: a ciência dos ecossistemas. Em: Tassara, Eda T. de O. e Ribeiro, Sandra M. P. (Orgs.). Política Ambiental: contribuições interdisciplinares para um projeto de futuro. São Paulo, EDUC: FAPESP.

Souza, T. V. S. B.; Thapa, B.; Rodrigues, C. G. O.; Imori, D.; (2017). Contribuições do Turismo em Unidades de Conservação para a Economia Brasileira - Efeitos dos Gastos dos Visitantes em 2015. ICMBio. Brasília. Clique aqui.  

Ortolano, F. e Silva Netto, J. P. (2016a) Possibilidades e Desafios: Turismo no Parque Natural Municipal da Gruta, Americana, SP, Brasil. Revista Rosa dos Ventos – Turismo e Hospitalidade, 8(III). Clique aqui.  

Ortolano, F. e Silva Netto, J. P. (2016b) Paradoxos nos usos do Parque Natural Municipal da Gruta em Americana (SP, Brasil). Simpósio de Gestão Ambiental. Esalq/USP. Piracicaba. Clique aqui.  

Ortolano, F. (2019). Consciência política e ambiente: a desproteção de parques municipais em Americana (SP) e São Francisco de Paula (RS). Tese de doutorado. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Clique aqui.

Secretaria do Verde e Meio Ambiente do Município de São Paulo
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Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo
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Polo de Ecoturismo de São Paulo 
Clique aqui.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Satisfação e fidelização

Satisfação do cliente certamente é um dos objetivos de um negócio e/ou empresa. Para tanto, é necessário um conjunto de ações e atentar-se à comportamentos, entregas e formas de avaliação. Além de satisfazer, é preciso fidelizar, política que representa uma estratégia rentável à empresa e ao negócio, e sobretudo, uma dimensão para sua sustentabilidade. 

Assim, é importante desenvolver competências como: 
  1. Identificar as necessidades e preferências dos clientes, sistematizando informações de acordo com os padrões estabelecidos pelo empreendimento, preservando sua intimidade e adotando postura discreta e refinada, para gerar um atendimento personalizado e proporcionar experiências bem sucedidas.
  2. Interpretar e analisar indicadores que demonstrem o grau de satisfação dos clientes, colaboradores e fornecedores, utilizando técnicas, materiais e equipamentos relacionados às diversas etapas do ciclo do serviço para planejamento de ações que visem atender à suas necessidades, adequação dos produtos e serviços, gerando sua fidelização e engajamento.

Em quase todos os segmentos do mercado existe um comportamento muito comum, de tratarmos nossos clientes de forma igual.


Será que esta é uma maneira correta e eficaz para buscarmos a fidelização dos clientes?

Evidente que não. Além de cada um de nós sermos únicos no mundo, temos necessidades e comportamentos distintos. Ou seja, para pensarmos em fidelizar, primeiro é necessário conhecer nossos clientes. Para isso, é importante fazermos algumas perguntas, tais como:
(Paulo Marcante, Sebrae Online, 3º fascículo)

• Por que ele compra?
• Como compra?
• Como se paga?
• Quando compra?
• Quem compra ou quem influencia a compra?
• Quanto compra?

Política de fidelização é o mesmo que a construção de relacionamento com o cliente. Além das ferramentas de comunicação que o marketing utiliza para aprofundar o contato, o hoteleiro também é instrumento poderoso na busca desse relacionamento. E ele só transborda aquilo que ele possui e tem a oferecer.

A qualidade no atendimento ao cliente é determinante para sua fidelização. Se nos limitarmos a atender suas expectativas, talvez volte, ou talvez não volte ao nosso meio de hospedagem. Contudo, se nesse contato, o profissional do meio de hospedagem conseguir atender as necessidades do cliente, surpreendê-lo e encantá-lo, superando suas expectativas, ele provavelmente voltará brevemente a comprar e até recomendar aos amigos.

Tal qualidade e encantamento se dão de diversas maneiras, veja o caso abaixo de modo que possamos refletir juntos. 




Certamente, a resposta D é a mais assertiva, visto que atende uma necessidade da cliente. Ainda que as alternativas B e C representem reações positivas, muitas vezes, a identificação e a simpatia não ajudam, é preciso ser empático, buscar com o outro um plano de ação que atenda uma necessidade. A indiferença é a reação menos hospitaleira e ética, portanto, não adequada. 

Assim, é por meio do relacionamento que transformamos os clientes em fãs. 

Você se lembra quando se apaixonou? Para conquistar a pessoa amada e criar um relacionamento, o que você fez? Deu chocolate? Usou aquela roupa ou perfume especial? Ou seja, você teve atenção, carinho e dedicou-se, não é mesmo? E para isso, você ouviu, observou, perguntou até conhecer os gostos, interesses, necessidades e vontades. Assim, devemos fazer o mesmo com os nossos hóspedes, uma escuta empática, atenção e dedicação. (Paulo Marcante, Sebrae Online, 3º fascículo)

Nos negócios, o objetivo da fidelização é reter os clientes, evitando que migrem para a concorrência, e aumentar o valor dos negócios que eles proporcionam. (Cristina Moutella, 2002)


Conquistar um novo consumidor custa caro, assim, é mais vantajoso investir nos programas de fidelização. Atenção à cinco tópicos importantes 
  1. Um bom produto ou serviço será sempre a base para o desenvolvimento da fidelidade do cliente; 
  2. Desenvolver a fidelidade do cliente deve ser um compromisso de toda a empresa; 
  3. As empresas devem desenvolver produtos e serviços personalizados; 
  4. Reunir informações e transformar em ações efetivas; 
  5. Nunca perca de vista as atividades praticadas no mercado, tendências.

Seis passos para fidelizar um cliente
1.Desenhar um produto ou serviço de qualidade; 
2.Fazer com que os clientes em potencial saibam dos serviços/produtos (serviços criativos); 
3.Oferta de um serviço/produto de qualidade; 
4.Conseguir informações do cliente; 
5.Manter contato com o cliente; 
6.Enviar promoções.




Existem vários modelos de fidelização de clientes, conforme apresentado por Cristina Moutella (2002), veja abaixo: 


Modelo de Recompensas tem por objetivo recompensar o relacionamento do cliente e a repetição da compra com prêmios, bônus ou incentivos. Exemplo: Espaços VIP em eventos.
Modelo Educacional tem como objetivo educar o cliente para o uso do produto ou serviço. Exemplo: Catho.
Modelo Contratual funciona como um clube de clientes, onde o cliente paga uma taxa para se tornar membro e usufruir de uma série de benefícios exclusivos aos sócios. Exemplo:  Assinatura de portais.
Modelo de Afinidade também funciona como um clube, com a diferença de que agrupa pessoas com um interesse em comum.  Exemplo: Torcedores da fiel.
Modelo de Serviço de Valor Agregado o cliente é recompensado por seu relacionamento através de algum serviço agregado à compra do produto ou ao uso do serviço. Exemplo: Rede hoteleira , Cia Aérea e locadoras de carros que prestam serviço de traslado.
Modelo de Aliança é utilizado por empresas que fazem uma parceria para prestar um serviço diferenciado. Exemplo: Hotéis e agências de turismo. 

Políticas de Fidelização

Marketing Dirigido - leva em consideração as preferências dos clientes e dos segmentos que atua, conhece as especificidades do cliente e desenvolver ações direcionadas. 
Combos e promoções - vendas casadas, redução do custo pelo aumento da demanda; parcerias com outros equipamentos turísticos; aproveitamento dos produtos e serviços já disponíveis.
Brindes e amenities – divulgam a identidade visual da empresa, associação entre cotidiano, conforto e bem-estar; não perecível, mas temporário.

Fatores que influenciam na satisfação dos clientes: (Moutella , 2002, adaptado)
  1. Produtos e serviços de qualidade
  2. Preço percebido como justo
  3. Condições de pagamento satisfatórias
  4. Disponibilidade de produtos/serviços
  5. Entrega adequada, conforme descrito e expectativa
  6. Escuta atenciosa
  7. Descontos e ofertas especiais
  8. Facilidade da compra (localização, tempo de espera, burocracia, interação, flexibilidade)


Pontos de atenção:(Moutella , 2002, adaptado)
  1. As expectativas dos clientes aumentam com o tempo; 
  2. Satisfazer demanda investimento; 
  3. A satisfação pode ser imediata, obtida em uma única transação, diferente da fidelização que se conquista a longo prazo; 
  4. Todos os clientes devem estar satisfeitos, mas nem todos serão fidelizados.


Satisfazer e fidelizar demanda confiança. Não é gerenciar produtos, mas pessoas. Alguns meios de hospedagem  veem os hóspedes como adversários, desconfiam de seus clientes e geram desentendimentos.

E por que isso ocorre? (Cristina Moutella , 2002, adaptado)
  • Os funcionários não possuem autonomia para tomar decisões
  • Os funcionários não são motivados a tomar decisões em favor do cliente
  • Não existe um ambiente propício para a colaboração do cliente 


Para reforçar o que foi visto, assista aos vídeos abaixo:





Para avaliar a satisfação dos clientes é importante investigar e pesquisar. As pesquisas podem ser de diversos formatos, online, impressas, em plataformas próprias ou em outros sites, com questões abertas ou fechadas (múltipla escolha). O importante é levantar os dados, analisá-los e propor ações factíveis. Veja alguns exemplos a seguir. 





Conforme dito acima, além de coletar os dados, é preciso ações posteriores, como a realização de um diagnóstico e elaboração de estratégias. Atenção aos passos: 
  1. Organizar os dados;
  2. Analisar: o que está bom, o que pode aprimorar e o que está ruim e deve corrigir imediatamente;
  3. Identificar os motivos, causas e conjunturas;
  4. Estabelecer diretrizes estratégicas;
  5. Propor ações para atender as diretrizes. 



Atividades

Responda as questões abaixo:
  1. Porque é importante fidelizar clientes?
  2. Você acredita que todos os hóspedes/clientes são iguais? Porque?
  3. Como você pode construir um relacionamento com seus hóspedes?
  4. Por que o profissional da hotelaria é tão importante no processo de relacionamento com os clientes?
  5. Quais os benefícios que um cliente fidelizado gerará para a empresa?

Pesquise modelos e tipos de pesquisas de satisfação (impressas, digitais, em portais como booking e, inspirado(a) nos exemplos, defina:
  1. O que irá avaliar do seu negócio (projeto)?
  2. Como será aplicada?
  3. Quais serão as políticas de fidelização utilizará no seu negócio? 


Referências
Marcante, Paulo. Fidelização do cliente. Sebrae: Biblioteca Online. 

Moutella, Cristina. (2002) Fidelização de Clientes como Diferencial Competitivo.  Senac SP: Intranet. 

Marketing


Marketing é uma filosofia ou atividade que integra a gestão empresarial em sua totalidade, motiva as estratégias e discussões; trata-se de um conjunto de técnicas que visam antecipar, identificar e satisfazer as necessidades do consumidor. 

O que são os 4P?

Preço: É a proposta de valor que busca entregar ao mercado, seja um produto ou serviço, tangível ou intangível. 

Praça: São os canais de distribuição nos quais os produtos e ou serviços serão divulgados,  disponibilizados, comercializados e vendidos. 

Promoção: É o meio que dará visibilidade ao seu produto e/ou serviço, tanto junto ao público efetivo quanto o potencial. 

Preço: Refere-se aos processos de precificação de seus produtos e serviços, os quais envolvem, dentre um conjunto de variáveis, a sensibilidade do cliente, a sazonalidade, o custo de material e operação, a marca, a percepção de valor e o posicionamento de mercado. 

Veja o exemplo no quadro abaixo de como percebe-se diferentes "P", conforme o segmento de mercado. 



Para tanto, é importante conhecer o público alvo, ou melhor, desenhar a persona de seu negócio. Veja o quadro abaixo, elaborado pela rockcontent



Uma maneira de conhecer essa persona, é elaborando um mapa da empatia, conforme o quadro que segue. As questões ao lado ajudam no preenchimento. 



Definido o segmento de mercado, os 4 P, é importante a definição de uma identidade visual e um slogan para o negócio. Estes são elementos essenciais das estratégias de marketing e posicionamento de mercado. 

Identidade visual é o conjunto de elementos formais que representa visualmente, e de forma sistematizada, um nome, ideia, produto, empresa, instituição ou serviço. Esse conjunto de elementos costuma ter como base o logotipo, um símbolo visual que se complementa nos códigos de cores, das tipografias, nos grafismos, em personagens etc. Resumidamente, a Identidade Visual é a imagem ampliada da marca. Veja a seguir alguns exemplos. 



O Slogan é uma frase de fácil memorização que resume as características de um produto, serviço ou marca. Ela é usada em contexto político, religioso ou comercial como uma expressão repetitiva de uma ideia ou propósito. É geralmente utilizado por empresas. Pode ter um valor concreto ou abstrato. Pode ser político ou publicitário.

Veja alguns exemplos: 
“Trabalhadores do mundo, uni-vos” - Karl Marx
“País rico é País sem pobreza” - Governo Dilma
“Brasil, um País de todos” - Governo Lula
“Pátria amada Brasil” - Governo Bolsonaro
“Dedicação total à você” - Casas Bahia
“De mulher para mulher” - Marisa
“Vem ser feliz” - Magazine Luiza
“Mil e uma utilidades”  - Bom Bril 
“Lugar de gente feliz” - Pão de Açúcar
“Sinta-se bem-vindo (Feel welcome)” -  Rede Accor 

Para elaboração de Identidade visual e slogan, sugere-se o uso da plataforma Canva. Abra a plataforma e use a criatividade para conceber a marca de seu negócio, considerando as dicas abaixo.